A história é uma construção e como uma construção ela é passível de transformações, ao longo do tempo mudamos a forma de considerar a história, a forma de vê-la e de interpretá-la e essas mudanças são compreendidas atreladas as sociedades onde estão inseridas e as necessidades de seus participantes.
Assim também se transformaram os meios de comunicação, as roupas intimas e os conceitos relativos à educação...
Esses devaneios tem como objetivo – meio torto – de introduzir a transformação do conceito de “currículo”, um conceito que parece burocrático, mas que é resultado de toda uma construção e atuação...
Se antigamente currículo significava apenas a grade disciplinar de uma instituição, hoje passa por formas de enxergar e interpretar a sociedade dentro do processo educacional.
O currículo já foi oculto, critico ou engajado e hoje nos deparamos com contextualizações contemporâneas que têm varias formas de conceber o currículo a partir de problematizações criticas diferentes e que, diferente do que se habituou a crer, não são apenas destrutivas, e sim propositivas.
Trago aqui o exemplo da questão étnico-racial sobre o currículo. Enquanto se celebra as diversidades e se faz um processo de somar todas as diferenças existentes na sociedade, criando um currículo multiculturalista, multifacetado e multicolorido, a problematização étnico-racial busca expor as diferenças como uma construção histórica e política e a intima relação entre o saber e o poder.
Pensar a questão étnico racial no currículo é encará-las como uma questão de representação de representação, e as representações são dependentes das relações de poder, logo é necessário, para alterar as representações, “reorganizar” as relações de poder. Historicizar os conceitos é uma alternativa, pois assim a sua construção torna-se mais tangível, e percebemos que são conceitos sujeitos a manipulação e que se ressignificam dentro do momento histórico e de acordo com as representações hegemônicas.
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