segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Escola para que?

      Todos esperam algo da escola, que eduque seus filhos, que capacite trabalhadores, que ensine regras, que transforme gerações, que mude o mundo...
Existem os que anunciam o fim da escola, por ser uma estrutura retrograda, os que defendem sua remodelação e os que persistem na importância de sua função social.
        Afinal, para que serve a escola?
      A escola cumpre o papel de socialização dos saberes da sociedade, mas se engana quem pensa ou diz por ai que isso se restringe a um doutrinamento ideológico e reprodução da sociedade, o processo de socialização é complexo e abrangente.
      Para além da mera transmissão do conteúdo, a escola abarca trocas e interações pessoais, intercambio de ideias e uma própria cultura escolar. A escola insere as pessoas da sociedade civil organizada, mas busca incutir criticidade e  dimanismo à esses novos seres públicos.
Insisto do que já dizia no post anterior, por mais que nos tempos atuais as crianças tenham acesso a informação de todos os modos, por todas as mídias e nas suas interações pessoais, a escola, assim como o professor possuem função mediadora na assimilação e compreensão dessas informações e na transformação destas em saber disciplinar.
      O que é necessário é que a escola se abra para interagir com as transformações da sociedade, não no sentido de mergulhar no mundo digital e dos aparatos eletrônicos, em prol de informações rápidas e dinâmicas, mas no sentido de dialogar com as mídias que hoje em dia fazem parte do dia a dia das crianças, no sentido de reconhecer que não é mais a única detentora e transmissora de informação, e principalmente no reconhecimento da pluralidade que compõe a sociedade e o seu corpo dissidente.
    A escola enquanto instituição precisa compreender que seus alunos possuem diferentes origens, diferentes formas de aprendizado, diferentes necessidades, e que o discurso homogeneizador e meritocrata não é mais suficiente, na verdade, duvido muito que algum dia o tenha sido, pois esse discurso cabia apenas para perpetuar as desigualdades existentes na sociedade, quando o papel da escola deve ser transformador.

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